Posted by : Anime Monster domingo, 25 de maio de 2014

cartoon networkNessa última década pudemos observar a ascensão da classe média. O efeito disso no mercado de TV por assinatura foi de um crescimento considerável no número de assinantes. Unido ao crescimento tecnológico e ações sociais de inclusão digital, como diminuição no preço de computadores, o mercado de entretenimento televisivo nacional começou a mudar drasticamente, os resultados dessa mudança, que se iniciou na década passada, estamos colhendo agora.
Com a facilidade de acesso a informação e conteúdo através da internet, serviços de streaming, on demand e canais com programação 100% temática, já não é mais viável as emissoras de TV aberta exibirem produções estrangeiras, como séries, filmes e desenhos animados. Principalmente os mais jovens hoje têm optado pela TV por assinatura ou outras plataformas de entretenimento. Trabalhar então para essa nova geração de crianças vem se tornando um trabalho cada vez mais difícil e sem perspectiva de resultado satisfatório, tendo em vista as diversas opções alternativas que eles podem encontrar.
Ano passado o Cartoon Network completou 20 anos no nosso país. Com uma programação centrada em desenhos animados, o canal foi assistido por pelo menos duas gerações de jovens e adultos atuais. Apesar do longo período de existência, e com a forte concorrência que vem sofrendo nesses últimos anos graças ao surgimento de diversos canais com sua mesma temática, o CN mais uma vez liderou o ranking dos canais mais assistidos da TV por assinatura em abril deste ano. Provando assim que uma programação centrada em desenhos animados tem um grande apelo junto ao público, e também que hoje conseguiu encontrar uma fórmula que funciona.
Muito foi dito a respeito da infantilização do Cartoon Network há alguns anos atrás, excluindo de toda sua programação os desenhos de ação. Mas observando a tendência do mercado, agora podemos dizer que foi uma decisão acertada. O CN possui uma programação voltada aos menores, mas que também consegue agradar os pais, irmãos mais velhos e até muitos jovens e adultos. A aposta foi em desenhos mais leves e engraçados, filmes para toda família e uma linguagem que acompanha a geração atual. Saindo da zona de conforto, de apenas produtora e retransmissora de desenhos animados, o CN ousou em se tornar uma produtora de conteúdo não só para TV, mas também para videogames, aparelhos móveis e internet em geral.
A programação do CN gera muitas controversas. Tendo a grade sustentada por suas animações de maior repercussão, como Hora de Aventura e Apenas um Show – que ocupam horários estratégicos diversas vezes por dia – o canal acaba pecando em exibições abusivas de um mesmo produto, apesar do intuito ser a promoção do restante da programação. Como destaques temos as séries de humor, que conseguem facilmente atingir as mais diferentes faixas etárias. Séries de ação, como animes, que eram sucesso em anos anteriores, perderam completamente seu espaço para um maior destaque as produções próprias do canal.
Algumas animações, entretanto, parecem destoar do restante da programação, como Monster High e longas metragens da Barbie, que provavelmente só estão no ar graças a parcerias comerciais. A parceria com produtoras brasileiras se mostrou vantajosa e já renderam desenhos de excelente qualidade, como Turma da Mônica e Sitio do Pica-Pau Amarelo. Mas para uma emissora de TV dar certo não basta simplesmente exibir desenhos, é necessário que o canal tenha uma identidade própria junto ao público, familiares e anunciantes, entram aí itens como identidade visual, campanhas, outras plataformas e carisma junto ao público infantil, e é nisso que se concentra o foco do novo CN.
Assistir a desenhos animados é muito mais do que simplesmente ligar a televisão, existe todo um “mundo paralelo” em volta disso. Esse “mundo paralelo” podem ser brinquedos nas lojas, revistas nas bancas, campanhas em multiplataformas, etc. Um desenho se torna muito mais interessante para nós, e lucrativo para os envolvidos (produtores, distribuidores e licenciantes), quando existe uma boa campanha por trás dele. Prova disso é o fenômeno Ben 10, que está desde os bolinhos as roupas que os mais pequenos vestem. Olhando por esse ponto de vista, não existe lógica em se apostar em desenhos produzidos do outro lado do mundo cuja produtora não tem sequer um escritório que os represente aqui no Brasil. E por mais que sejam exibidos, sem um bom marketing por trás estão fadados ao fracasso.
Falar sobre um canal que está em nossa memória afetiva é realmente muito complicado, claro que aqueles programas que marcaram nossa infância, como Cartoon Cartoons e Toonami, ficarão sempre como lembranças nostálgicas de uma fase de nossa vida. Mas tacha-los como melhores que os programas atuais é muito relativo. As crianças de hoje, amanhã com certeza estarão com a mesma opinião a respeito de programas como Há Há Há e Heróis, em comparação a programação que estará sendo exibida no futuro.

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